segunda-feira, 14 de maio de 2012

A realidade da ficção científica

Tem gente, principalmente mulheres, que não gostam de ficção científica. Um gênero que utiliza da imaginação humana de como o mundo deveria ser e inventa artifícios que gostaria que existisse: máquinas do tempo, carros voadores, viagens espaciais, tudo o que for fantástico e que não existe nos dias de hoje. Eu amo o gênero desde criança quando assistia “De volta para o Futuro” e de quando pegava os livros de ciência e via o mapa dos planetas do sistema solar e assistia Guerra nas Estrelas na televisão. Sempre sonhei com o futuro onde tudo isso viria a ser realidade.

Mas com o decorrer do tempo, o mundo de imaginação ficou apenas no entretenimento e a realidade cruel através do conhecimento, foi nos mostrando que muita coisa não é permitida pela física, nem se quiséssemos.

O filme “O Homem sem Sombra” conta a história do cientista que texto em si mesmo o procedimento de invisibilidade. Claro que como um bom thriller, o médico invisível tenta matar todo mundo. O que não vemos é mais medonho do que o que vemos. Fascinante, tudo seria maravilhoso se... funcionasse. De acordo com uma matéria em que li, um homem invisível seria necessariamente cego. O olho funciona como se fosse um reflexo do que o que estamos vendo. Primeiro a luz entra pela pupila, bate na parte de trás e volta para o mesmo olho que processa a imagem. Se o corpo é invisível, ele não reflete a luz e não produz a visão. Segundo que ele seria parcialmente invisível, pois o pó que nos cerca grudaria nele, no suor de seu corpo, já que está nu. Ele continuaria invisível, mas a gente veria aquela coisa coberta por um minúsculo pó se movendo.

Na HQ “O que aconteceu com o Homem mais rápido do mundi?” conta a história de um cara que podia parar o tempo e enquanto todos estivessem parados, ele podia fazer o que quisesse antes de descongelá-los. Excelente. Pena que não seria possível. O ar que respiramos é matéria, diferente do vácuo que existe fora da Terra. Quando movemos, deslocamos o ar para os lados. Não quer dizer que nada existe e sim que coexistimos com este ar. Se o cara congela tudo iria congelar o ar também. Logo ele não conseguiria se mover. Só se, por um artifício de narrativa, for explicado que ele paraliza apenas pessoas e todo o resto do Universo continua correndo. Mas ai já uma exceção à regra, portanto ficcional.

A viagem no tempo e espaço é algo mais real do que parece, apesar de estarmos longe da realidade ainda. Em um trecho da teoria da relatividade, Einstein diz que é possível sim. Mas o maior problema da volta no tempo e modificá-lo e destruir o futuro.

Uma das melhores histórias sobre isto é o conto “Um som de trovão” de Ray Bradbury, que gerou um filme horroroso, que conta a história de exploradores que voltam no tempo pré-histórico para matar um dinossauro que já iria morrer mesmo, somente pelo prazer de matá-lo. Só que em uma das viagens um explorador pisa em uma borboleta. Ele acha que não aconteceria nada. Mas quando volta, toda a realidade do tempo presente se modifica totalmente. O Simpsons até parodiou isto em um de seus episódios.

A viagem no tempo já foi explorada em diversos filmes e livros. Na série de livros “Operação Cavalo de Tróia” os exploradores utilizam de toda tecnologia para não interferir com os acontecimentos. Mas isto, na minha opinião, é impossível, assim como escreveu Bradbury. Qualquer coisa que faça, por menor que seja, já interfere no futuro do mundo.

Nas horas de diversão, somos obrigados a esquecer estes conhecimentos científicos e se ater na história.

2 comentários:

  1. Eu aprendi a gostar de Ficção Científica com meu pai e um dia a gente vi os tres filmes do STar Wars antigos, em um dia só. Também fui à uma exposição que teve no Ibirapuera muito bacana.
    Existem filmes bacanas e outros que vc percebe que é fantasia demais.
    Big Beijos

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  2. Felizmente sou mulher e amo ficção científica desde que me conheço por gente, consumindo séries, filmes, livros e até mantendo um blog sobre isso.

    Acho que a indústria do cinema atualmente vem devendo bastante quando o assunto é a veracidade da ficção científica, enchendo o público com o espetáculo de luzes e cores, mas pouco enredo.

    Se posso falar de livros que curti, que acredito serem um entretenimento mais real do que os filmes posso citar Neuromancer, de William Gibson, Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, Fundação, Triloria, de Isaac Asimov e Cyber Brasiliana, de Richard Diegues.

    E não acho que apenas mulheres desgostem do gênero. Conheço muito homem que não curte e se sente até intimidado por eu saber mais do que eles.

    Abraço!

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